A ansiedade em crianças é real e pode afetar o desenvolvimento emocional. Aprenda a reconhecer os sinais, entender as causas e aplicar estratégias modernas de tratamento com base científica.

É natural que crianças sintam medo ou preocupação em situações novas. Porém, quando esses sentimentos se tornam persistentes, intensos e desproporcionais, pode-se tratar de um transtorno de ansiedade infantil. Reconhecer precocemente é essencial para garantir qualidade de vida e desenvolvimento saudável.

2. O que é ansiedade infantil sob a ótica clínica?

Segundo o DSM-5, os transtornos de ansiedade na infância incluem:

• Transtorno de Ansiedade de Separação
• Fobia específica
• Ansiedade social (fobia social)
• Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG)
• Mutismo seletivo

A ansiedade infantil afeta cerca de 7% a 10% das crianças, segundo a American Academy of Child and Adolescent Psychiatry.

3. Sintomas mais comuns de ansiedade infantil

4. Causas e fatores de risco

Fatores genéticos: histórico familiar de ansiedade ou depressão

• Estilo parental: superproteção, cobranças excessivas ou negligência emocional
• Experiências traumáticas: bullying, separação dos pais, hospitalizações
• Ambiente escolar ou social desafiador
• Altos níveis de estresse familiar (ex: desemprego, violência doméstica)

5. Avanços no diagnóstico e tratamento (2022–2024)

🧠 Diagnóstico precoce:

• Avaliações com psicólogos e psiquiatras infantis
• Uso de escalas como:
  • SCARED (Screen for Child Anxiety Related Emotional Disorders)
  • CBCL (Child Behavior Checklist)
  • Observações clínicas e escolares

💬 Tratamento psicológico:

• Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC infantil):
  • Técnicas de respiração, exposição gradual e reestruturação de pensamentos
• Terapia lúdica e psicopedagógica:
  • Brincadeiras dirigidas para expressão emocional

💊 Medicamentos (em casos graves):

• ISRS (ex: sertralina, fluoxetina)
  • Usados com supervisão e em casos moderados a graves

📱 Tecnologia e inovação:

• Aplicativos gamificados para ensinar habilidades de enfrentamento
• Realidade virtual para simulação controlada de situações sociais
• Programas escolares de educação socioemocional baseados em evidência

6. Estratégias para pais e educadores

• Estimule rotinas seguras e previsíveis
• Dê espaço para que a criança fale sobre seus medos
• Evite reforçar o comportamento evitativo (como faltar à escola sem motivo clínico)
• Pratique validação emocional (“entendo que você está assustado”)
• Seja modelo de enfrentamento (mostrar como você lida com preocupações)

✅ Final: Ansiedade infantil é tratável e não deve ser ignorada

A ansiedade na infância não é frescura, não é “manha” e muito menos uma fase a ser ignorada. Com diagnóstico precoce, suporte emocional e estratégias baseadas na ciência, é possível promover bem-estar e desenvolvimento pleno.

DR. Manoel Dijalma

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