Ansiedade ou Hiperatividade? Entenda as Diferenças e Como Identificar os Sintomas
Saiba distinguir os sinais de ansiedade e TDAH para buscar o tratamento correto
Sintomas como inquietação, distração, pensamentos acelerados e dificuldade de foco são frequentemente associados à ansiedade e à hiperatividade. Muitas pessoas confundem os dois quadros ou acreditam que estão relacionados de forma direta. No entanto, embora possam compartilhar características, tratam-se de condições distintas que exigem abordagens específicas.
Neste artigo, explicamos de forma clara e direta como diferenciar ansiedade do Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Abordaremos as causas, os sintomas, como o cérebro reage em cada situação e os tratamentos mais eficazes com base científica.
O Que É Ansiedade?
A ansiedade é uma resposta emocional e fisiológica a situações percebidas como perigosas ou incertas. Ela se manifesta como um estado de alerta constante, em que o corpo se prepara para enfrentar ameaças — reais ou imaginárias.
Principais sintomas:
- Preocupações excessivas
- Medo do futuro
- Tensão muscular
- Insônia
- Batimentos cardíacos acelerados
- Sensação de descontrole
A ansiedade pode ser passageira ou fazer parte de um transtorno ansioso, como o transtorno de ansiedade generalizada (TAG), transtorno do pânico ou fobia social.
O Que É Hiperatividade?
A hiperatividade é um dos sintomas centrais do TDAH, que afeta tanto crianças quanto adultos. Trata-se de um comportamento marcado por impulsividade, dificuldade em manter o foco e necessidade constante de se movimentar ou agir.
Principais sintomas de TDAH com hiperatividade:
- Inquietação física (mexer mãos, pernas, levantar-se frequentemente)
- Interrupções em conversas
- Dificuldade para esperar a vez
- Falta de organização
- Mudança constante de foco
- Impulsividade na fala ou ações
Diferente da ansiedade, o TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento, com origem genética e neurológica.
Diferenças Principais Entre Ansiedade e Hiperatividade
Critério | Ansiedade | Hiperatividade (TDAH) |
---|---|---|
Origem | Emocional | Neurológica |
Foco do pensamento | Preocupação com o futuro | Distração constante |
Sintomas físicos | Tensão, suor, coração acelerado | Agitação motora, fala acelerada |
Impulsividade | Presente em crises | Presente de forma contínua |
Concentração | Prejudicada por pensamentos ansiosos | Prejudicada por falta de controle atencional |
Picos de estresse | Comuns em situações específicas | Presentes em todas as situações |
Enquanto a ansiedade é motivada por medo e antecipação de problemas, a hiperatividade é uma dificuldade de regular atenção e impulsos, com ou sem motivo aparente.
Como o Cérebro Reage
Ansiedade
No cérebro ansioso, há uma ativação intensa da amígdala, estrutura responsável por detectar ameaças, e do hipotálamo, que dispara reações fisiológicas de estresse. Há liberação excessiva de cortisol e adrenalina, o que coloca o corpo em modo de defesa.
Hiperatividade
Pessoas com TDAH apresentam déficits nos níveis de dopamina e noradrenalina, neurotransmissores responsáveis pela atenção e controle de impulsos. O córtex pré-frontal, que regula foco e planejamento, funciona de forma desorganizada, prejudicando a execução de tarefas e o autocontrole.
Ansiedade Pode Imitar Hiperatividade?
Sim. Crianças e adultos com ansiedade podem parecer inquietos, agitados e desatentos, especialmente em situações de estresse. A diferença está na origem do comportamento. No caso da ansiedade, os sintomas surgem de preocupações internas, enquanto no TDAH são constantes e independentes do contexto emocional.
Hiperatividade Pode Causar Ansiedade?
Sim. A pessoa com TDAH, ao perceber suas dificuldades em focar, concluir tarefas ou manter relacionamentos, pode desenvolver ansiedade secundária. Essa ansiedade surge como consequência da frustração e da autocobrança, e deve ser tratada junto com o transtorno original.
Diagnóstico Correto: O Papel do Profissional
Para diferenciar ansiedade e hiperatividade é essencial procurar avaliação de um psicólogo ou psiquiatra. O diagnóstico leva em conta:
- Histórico pessoal e familiar
- Entrevistas clínicas
- Escalas de avaliação
- Observação comportamental
Muitos adultos são diagnosticados tardiamente com TDAH por terem sido tratados apenas como ansiosos na infância. A análise clínica evita erros de diagnóstico e garante um plano de tratamento eficaz.
Avanços no Tratamento
1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
A TCC é eficaz tanto para ansiedade quanto para TDAH. Na ansiedade, ajuda a identificar padrões de pensamento disfuncionais. No TDAH, ensina estratégias de organização, controle de impulsos e foco.
2. Medicamentos
- Para ansiedade, são usados ansiolíticos e antidepressivos (como os inibidores de recaptação de serotonina).
- Para TDAH, os estimulantes (como metilfenidato) aumentam os níveis de dopamina e ajudam a melhorar o foco e reduzir a hiperatividade.
A escolha do medicamento deve ser feita com base em avaliação médica rigorosa.
3. Mindfulness
A prática da atenção plena é útil para ambos os casos. Na ansiedade, ajuda a reduzir pensamentos automáticos. No TDAH, melhora a autorregulação emocional e a concentração.
4. Neurofeedback
Essa técnica usa sensores para treinar o cérebro a alcançar padrões mais saudáveis de funcionamento. Estudos mostram bons resultados tanto na redução da ansiedade quanto na melhora da atenção em pessoas com TDAH.
5. Rotinas e Planejamento
Para pessoas com TDAH, criar uma rotina estruturada com metas claras ajuda a reduzir a desorganização. Já para quem sofre com ansiedade, o planejamento ajuda a controlar a sensação de incerteza.
Quando as Duas Condições Estão Juntas
Em alguns casos, a pessoa pode ter ansiedade e TDAH ao mesmo tempo. Essa combinação é mais comum do que se imagina, principalmente em adultos. O tratamento deve considerar os dois quadros, pois um pode piorar o outro.
Um plano de cuidados integrados, com terapia, apoio familiar e, quando necessário, medicação, pode proporcionar melhor qualidade de vida e funcionalidade.
Final
Embora compartilhem sintomas como agitação e distração, ansiedade e hiperatividade são condições diferentes com causas e tratamentos distintos. Saber diferenciá-las é essencial para buscar o cuidado certo e evitar tratamentos inadequados. A avaliação profissional, aliada a estratégias baseadas na ciência, é o caminho mais seguro para aliviar o sofrimento e promover o bem-estar.
Não importa se o diagnóstico for ansiedade, TDAH ou ambos — há recursos eficazes para transformar a vida e recuperar o equilíbrio emocional e mental.
Olá, me chamo Manoel. Além de ser formado em Psiquiatria e Psicologia tenho um compromisso constante com a atualização e precisão do conhecimento. Minha abordagem profissional é fundamentada em um rigoroso processo de pesquisa e validação de informações, utilizando fontes conceituadas e internacionais para garantir que o conteúdo que compartilho seja tanto relevante quanto baseado em evidências.
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