Cleptomania: Entendendo o Impulso Incontrolável de Roubar e os Avanços Terapêuticos Recentes

Explore o que é cleptomania, suas causas psicológicas, diagnóstico clínico e as abordagens terapêuticas mais modernas em 2025 para controle do impulso de furtar.

A cleptomania é um transtorno neuropsiquiátrico caracterizado por furtos recorrentes, impulsivos e injustificados de itens geralmente sem valor pessoal. Classificada como um transtorno do controle dos impulsos no DSM-5, a cleptomania é frequentemente associada a sofrimento psicológico e comorbidades como depressão, ansiedade e transtorno obsessivo-compulsivo (TOC). Este artigo aborda causas, critérios diagnósticos, impacto social e os avanços terapêuticos que vêm transformando o tratamento entre 2023 e 2025.

📚 1. O que é Cleptomania?

Cleptomania é definida como a incapacidade recorrente de resistir ao impulso de roubar objetos que não são necessários para uso pessoal ou valor financeiro. Diferente de furtos comuns ou criminosos, o comportamento na cleptomania é impulsivo, involuntário e seguido de arrependimento.

🧠 2. Causas e Fatores de Risco

A origem da cleptomania é multifatorial:

  • Desequilíbrio neuroquímico, especialmente dopamina, serotonina e opioides endógenos.
  • Alterações no córtex pré-frontal e no sistema límbico, responsáveis pelo controle dos impulsos.
  • Eventos traumáticos e histórico de abuso emocional ou negligência
  • Comorbidades psiquiátricas, como depressão, transtorno bipolar, TOC, TDAH ou dependência química.
  • Fatores genéticos, com maior incidência em familiares de primeiro grau com transtornos do espectro compulsivo.

🔍 3. Sintomas e Diagnóstico Clínico

Sintomas mais comuns:

  • Impulso crescente antes do furto
  • Alívio momentâneo após cometer o ato
  • Roubo de itens desnecessários ou de pouco valor
  • Sensação de culpa, vergonha ou ansiedade após o furto
  • Dificuldade em explicar racionalmente os motivos do roubo

Diagnóstico:

O diagnóstico segue os critérios do DSM-5 e exige avaliação clínica especializada, além da exclusão de transtornos de personalidade antissocial, psicose ou furto com motivação externa (ganho).

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⚖️ 4. Impacto Psicossocial

A cleptomania pode causar:

  • Problemas legais e criminais
  • Isolamento social e vergonha
  • Comprometimento acadêmico ou profissional
  • Agravamento de quadros de ansiedade e depressão

💡 5. Tratamentos e Avanços Terapêuticos (2023–2025)

🧠 5.1 Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

É a abordagem psicoterapêutica de primeira linha:

  • Técnicas de exposição com prevenção de resposta (ERP)
  • Treinamento de controle de impulso
  • Identificação e reestruturação de pensamentos disfuncionais
  • Registro de gatilhos emocionais e comportamentais

💊 5.2 Intervenções Farmacológicas

Medicações mais utilizadas:

  • Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRSs): fluoxetina, sertralina, paroxetina.
  • Naltrexona (bloqueador opioide): eficaz em casos com comportamento compulsivo intenso.
  • Estabilizadores de humor (como lítio ou valproato), quando há transtorno bipolar associado.
  • Topiramato e outros moduladores do glutamato vêm sendo testados com resultados promissores.

📱 5.3 Tecnologias e Intervenções Digitais

  • Aplicativos de autorregulação emocional e controle de impulsos
  • Plataformas de terapia cognitivo-comportamental online
  • Dispositivos de biofeedback com monitoramento de estresse e batimentos cardíacos

🌿 5.4 Apoio Complementar

  • Grupos de apoio anônimos
  • Mindfulness e meditação guiada
  • Terapias integrativas (com acompanhamento profissional)

🔁 6. Prognóstico e Prevenção de Recaídas

Apesar de ser um transtorno crônico, o tratamento adequado oferece melhora significativa dos sintomas. Recaídas são comuns, mas podem ser prevenidas com:

  • Acompanhamento contínuo
  • Estratégias de enfrentamento individualizadas
  • Suporte psicossocial

🧩 7. Considerações Finais

A cleptomania ainda é cercada por estigma e desinformação. Não se trata de má conduta ou desvio moral, mas de um transtorno neuropsiquiátrico real, que exige diagnóstico preciso e intervenção adequada. Os avanços entre 2023 e 2025, especialmente em neurociência comportamental e tecnologia terapêutica, representam uma nova era na abordagem dessa condição.

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