Drogas Resolvem a Depressão? O Que a Ciência Diz Sobre Maconha, Álcool e Substâncias Psicoativas
O uso de maconha, bebidas alcoólicas ou outras drogas pode aliviar sintomas da depressão temporariamente — mas também pode agravar o quadro. Descubra o que os estudos mostram e quais são os tratamentos com eficácia comprovada.

🧠 Drogas e Depressão: Alívio ou Armadilha?
A depressão é uma doença mental complexa e multifatorial, que afeta mais de 280 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS. Muitas pessoas, na tentativa de “anestesiar” sentimentos de tristeza, vazio ou angústia, recorrem a substâncias como maconha, álcool ou drogas sintéticas.
Mas será que isso realmente ajuda? Ou pode piorar a situação?
⚠️ O Que Acontece no Cérebro ao Usar Substâncias em Quadro Depressivo
A depressão está ligada a um desequilíbrio neuroquímico, especialmente nos níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina. Algumas substâncias, como a maconha e o álcool, podem momentaneamente ativar o sistema de recompensa, proporcionando:
- Sensação de euforia temporária
- Relaxamento muscular e mental
- Redução momentânea da ansiedade
No entanto, o uso frequente altera os circuitos cerebrais, reduz a neuroplasticidade e pode intensificar os sintomas depressivos no médio e longo prazo, incluindo:
- Irritabilidade, fadiga crônica e culpa
- Isolamento social
- Síndrome amotivacional (especialmente com THC)
- Aumento do risco de suicídio
🧪 O Que Dizem os Estudos Científicos
🔬 Maconha e Depressão
- Pesquisas mostram que usuários crônicos de maconha têm maiores taxas de depressão e ansiedade.
- O THC (tetra-hidrocanabinol) pode aumentar sintomas de anedonia e desmotivação.
- Estudos em andamento avaliam o uso de canabidiol (CBD), uma substância não psicoativa da cannabis, em tratamentos. Os resultados ainda são inconclusivos e não indicam uso recreativo como terapia.
🍷 Álcool e Depressão
- O álcool é um depressor do sistema nervoso central. Em pequenas doses, pode causar desinibição, mas com o tempo, desregula o sono, aumenta a ansiedade e reduz o humor.
- O uso abusivo de álcool está relacionado a triplicar o risco de depressão grave e suicídio (NIAAA, 2021).
💊 Drogas Sintéticas e Psicodélicos
- Substâncias como MDMA, LSD e psilocibina estão sendo estudadas em ambientes controlados para depressão resistente, com resultados promissores — mas apenas em contextos terapêuticos, com supervisão médica, e jamais como automedicação.
🧠 Consequências do Uso como “Autotratamento”
Substância | Alívio Temporário | Riscos para Depressão |
---|---|---|
Maconha | Sim (curto prazo) | Amotivação, recaídas, ansiedade |
Álcool | Sim (curto prazo) | Piora do sono, depressão pós-uso |
Drogas sintéticas | Sim (em testes clínicos) | Efeitos colaterais, dependência, psicose |
✅ Avanços no Tratamento Científico da Depressão
A boa notícia é que existem tratamentos eficazes e seguros, com embasamento científico, para lidar com a depressão. Os principais incluem:
1. Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)
- Reconhecida mundialmente como primeira linha de tratamento
- Trabalha pensamentos automáticos, distorções cognitivas e estratégias de enfrentamento
2. Antidepressivos (ISRS, IRSN, tricíclicos)
- Regulam neurotransmissores envolvidos no humor
- Devem ser prescritos por médicos psiquiatras e não causam dependência
3. Psicoterapia Interpessoal e Psicodinâmica
- Explora o papel de relações sociais, luto, autoestima e experiências passadas
4. Eletroconvulsoterapia (ECT) e Estimulação Magnética Transcraniana (EMT)
- Utilizadas em casos graves ou resistentes ao tratamento convencional
5. Abordagens Integrativas
- Mindfulness, yoga, nutrição, exercícios físicos e sono regulado têm efeitos comprovados como coadjuvantes
Olá, me chamo Manoel. Além de ser formado em Psiquiatria e Psicologia tenho um compromisso constante com a atualização e precisão do conhecimento. Minha abordagem profissional é fundamentada em um rigoroso processo de pesquisa e validação de informações, utilizando fontes conceituadas e internacionais para garantir que o conteúdo que compartilho seja tanto relevante quanto baseado em evidências.
Publicar comentário