Doomscrolling: Por que Não Conseguimos Parar de Rolar a Tela?

Você já se pegou rolando a tela do celular tarde da noite, consumindo uma sequência interminável de notícias ruins? Esse comportamento tem nome: doomscrolling.

O termo surgiu para descrever o hábito compulsivo de consumir informações negativas ou alarmantes nas redes sociais e portais de notícia. Apesar de sabermos que esse excesso nos faz mal, é como se fosse impossível parar.

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A psicologia explica que o doomscrolling está ligado a mecanismos de sobrevivência do cérebro, reforçados pelo design das plataformas digitais. O resultado? Mais ansiedade, estresse e dificuldade de desconexão.

O que é Doomscrolling?

O doomscrolling é definido como a tendência de passar longos períodos rolando feeds digitais em busca de conteúdos ruins ou alarmantes, mesmo quando isso gera desconforto emocional.

Exemplos comuns:

  • Ler continuamente sobre crises econômicas, guerras ou desastres.
  • Passar horas em redes sociais acompanhando tragédias.
  • Não conseguir parar de consumir informações negativas antes de dormir.

Por que Não Conseguimos Parar?

1. Viés de negatividade

O cérebro humano dá mais atenção a informações negativas do que positivas — um mecanismo evolutivo para detectar ameaças.

2. Sensação de controle

Mesmo ao consumir más notícias, acreditamos que estar informados nos protege de riscos.

3. Reforço intermitente

Como em jogos de azar, a cada rolagem podemos encontrar algo “impactante”, o que ativa o sistema de dopamina.

4. Design das plataformas

Feeds infinitos e notificações são projetados para manter o usuário conectado.

Impactos Psicológicos

  1. Ansiedade e estresse crônico
    Exposição constante a más notícias ativa o eixo do estresse (cortisol).
  2. Insônia
    Consumir conteúdo negativo antes de dormir aumenta a hiperatividade mental.
  3. Queda de humor
    O doomscrolling reforça pensamentos pessimistas, alimentando ciclos de tristeza.
  4. Produtividade prejudicada
    A compulsão digital reduz foco e aumenta distrações durante o dia.
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Curiosidades Científicas

  • Pesquisadores da University of Florida (2023) mostraram que o doomscrolling durante a pandemia aumentou os sintomas de ansiedade em 30%.
  • Um estudo da University of Toronto (2022) revelou que o consumo excessivo de notícias negativas online está ligado à maior incidência de distúrbios do sono.
  • A American Psychological Association (2024) classificou o doomscrolling como um comportamento de coping desadaptativo, semelhante ao vício em jogos.

Doomscrolling e Saúde Mental

Esse hábito cria um ciclo vicioso:

  • A ansiedade leva à busca de informações.
  • As más notícias aumentam a ansiedade.
  • A pessoa continua rolando a tela em busca de alívio, mas encontra mais gatilhos.

Com o tempo, isso pode contribuir para transtornos de ansiedade, depressão e síndrome do pensamento acelerado.

Estratégias Psicológicas para Escapar do Doomscrolling

🔹 1. Consciência digital

  • Identificar gatilhos que levam a abrir redes sociais compulsivamente.

🔹 2. Definir limites de tempo

  • Estabelecer horários fixos para ler notícias.
  • Usar aplicativos de monitoramento de uso.

🔹 3. Curadoria consciente

  • Seguir páginas que tragam informações equilibradas e não apenas alarmistas.

🔹 4. Mindfulness digital

  • Perguntar-se: “Essa rolagem está me ajudando ou só alimentando minha ansiedade?”

🔹 5. Ritual noturno sem telas

  • Evitar o celular ao menos 1h antes de dormir.

🔹 6. Psicoterapia

  • Técnicas cognitivas ajudam a reestruturar a relação com o conteúdo digital.

Doomscrolling x Informação Saudável

É importante diferenciar: estar informado é saudável, mas consumir informação em excesso e de forma compulsiva é prejudicial. O equilíbrio está em buscar notícias de forma crítica e em doses limitadas.

Final

O doomscrolling é um reflexo moderno do instinto humano de buscar segurança diante do perigo. Porém, no ambiente digital, esse comportamento se tornou excessivo e prejudicial à saúde mental.

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Aprender a reconhecer esse hábito e aplicar estratégias de autorregulação é essencial para transformar o consumo de informação em algo saudável, sem cair na armadilha da rolagem infinita.

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