Dromomania: O Transtorno do Impulso Irresistível de Viajar – Compreensão Clínica e Perspectivas Terapêuticas
Saiba o que é dromomania, suas possíveis causas neurológicas e psicológicas, diagnóstico diferencial e abordagens terapêuticas atuais.
A dromomania, também conhecida como transtorno do impulso de fuga ou vagabundagem patológica, é uma condição rara caracterizada por viagens compulsivas, frequentes e não planejadas, muitas vezes sem objetivo claro. Embora historicamente associada à dissociação ou histeria, atualmente é estudada dentro do espectro dos transtornos do controle dos impulsos e algumas vezes relacionada a quadros psicóticos ou bipolares. Este artigo explora a base clínica, diagnóstica e os avanços terapêuticos emergentes entre 2023 e 2025.
📚 1. O que é Dromomania?
Dromomania (do grego dromos = correr, e mania = impulso) é um transtorno raro e controverso, descrito inicialmente no século XIX, caracterizado pelo impulso irreprimível de sair viajando, muitas vezes sem destino, identidade clara ou lembrança dos eventos. Foi considerado um subtipo de “fuga dissociativa” e um possível sintoma em quadros de histeria ou transtornos psiquiátricos severos.
🧠 2. Causas e Hipóteses Neuropsiquiátricas
As causas da dromomania são pouco compreendidas, mas há hipóteses relevantes:
- Transtornos dissociativos (fuga dissociativa como mecanismo de defesa)
- Transtorno bipolar tipo I, especialmente em fases maníacas
- Esquizofrenia paranoide ou desorganizada
- Lesões no lobo frontal, associadas à desinibição comportamental
- Transtornos de personalidade limítrofe ou antissocial
Além disso, há correlações observadas com impulsividade patológica e comportamento nômade desadaptativo.
🔍 3. Sintomas e Diagnóstico
Sinais comportamentais:
- Viagens repetidas sem justificativa plausível
- Mudança de identidade durante episódios (em alguns casos históricos)
- Incapacidade de explicar a motivação
- Amnésia parcial ou total em episódios intensos
- Risco de abandono de responsabilidades pessoais e sociais
Diagnóstico diferencial:
- Fuga dissociativa (CID-11 e DSM-5)
- Transtorno bipolar (fase maníaca com hiperatividade)
- Transtorno obsessivo-compulsivo (com impulso de movimentação compulsiva)
- Transtorno de identidade dissociativa
- Esquizofrenia ou demência frontotemporal
⚠️ 4. Impacto Psicossocial
- Isolamento geográfico e social
- Perda de emprego ou vínculos afetivos
- Risco de desaparecimento
- Internações psiquiátricas forçadas
- Problemas legais e de identidade civil
💡 5. Tratamento da Dromomania: Avanços até 2025
🧠 5.1 Psicoterapia e Intervenções Clínicas
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): voltada à regulação de impulsos, identificação de gatilhos e ressignificação de padrões de fuga.
- Terapia psicodinâmica: usada em casos com histórico de trauma ou dissociação.
- Terapias baseadas em mindfulness e grounding: aplicadas em episódios dissociativos leves.
💊 5.2 Tratamento Medicamentoso
- Estabilizadores de humor (como lítio e lamotrigina) para casos com características bipolares.
- Antipsicóticos atípicos: como a quetiapina, em casos com psicose subjacente.
- ISRSs: para manejo de comorbidades ansiosas ou obsessivas.
- Em casos extremos, pode ser necessário uso de sedativos temporários em ambientes de internação.
📱 5.3 Intervenções Digitais e Sociais
- Monitoramento via geolocalização em pacientes de alto risco
- Aplicativos com alertas de deslocamento inesperado
- Rede de suporte familiar com intervenções remotas
🔁 6. Prognóstico
O prognóstico depende da causa subjacente. Em dromomanias associadas a transtornos dissociativos ou transtorno bipolar controlado, há boa resposta terapêutica. Já em quadros psicóticos ou neurológicos, o controle é mais complexo e demanda suporte institucional e contínuo.
🧩 7. Considerações Finais
A dromomania permanece uma entidade rara e de difícil categorização nos manuais diagnósticos atuais. Apesar disso, os avanços na neuropsiquiatria e nos modelos de controle comportamental digital têm oferecido novas possibilidades de diagnóstico precoce e intervenções eficazes. A interdisciplinaridade entre psiquiatria, neurologia e psicologia é fundamental para a compreensão completa desse fenômeno.
Olá, me chamo Manoel. Além de ser formado em Psiquiatria e Psicologia tenho um compromisso constante com a atualização e precisão do conhecimento. Minha abordagem profissional é fundamentada em um rigoroso processo de pesquisa e validação de informações, utilizando fontes conceituadas e internacionais para garantir que o conteúdo que compartilho seja tanto relevante quanto baseado em evidências.
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